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ERA PÓS-PC ?

Não faz muito tempo atrás, no início dos anos 2010, houve um grande burburinho referente à decretada morte dos PCs. Nada mais natural, acredito eu, visto que tínhamos o boom dos Ipads, o boom dos Smartfones, o boom dos Tablets.  Com a notada diminuição da venda cada vez maior dos PCs. Aqui me refiro aos Desktops, não Laptops, Notebooks, que continuavam sua venda de forma bem razoável.  O mesmo ocorreu quando houve a popularização dos já citados Laptops, Notebooks e suas variações . A própria gigante Intel viu sua produção decrescer a olhos vistos. E o mercado acompanhou, de forma natural, este raciocínio. Mas, passados 6 anos desta predição e baseando-se no que temos em vendas mundiais de produtos tecnológicos, o que temos ?

 

Bem, passados quase 7 anos, os PCs continuam vendendo. Em números bem baixos, se comparados aos anos 90 e anos 2000. O mais intrigante, porém, é que novamente a própria Intel vem notando sua venda de processadores não móveis crescer. Não em números muito grande, é verdade. Mas o fato é que não só continuam vendendo como ainda tem aumentado o número de vendas, notadamente depois de 2013.  Mas quais os motivos desta aparente contradição?

 

Hoje temos nada menos que a sétima geração dos processares Intel sendo vendidos. A AMD continua vendendo também seus processadores, sobretudo os FX* , com a tecnologia APU.  Para estudantes, geradores de conteúdos e sobretudo Gamers, eles são imprescindíveis. Se aliarmos isto ao fator decisivo de preço, começamos a entender. Ao mesmo tempo que pagaríamos por um Notebook , digamos, R$ 2000,00, podemos comprar um Desktop similar por um preço de, digamos R$ 800,00. Um notebook não se consegue atualizar de forma fácil. Um PC é segmentado para isto. Claro que se estivermos falando de PCs para Gamers, estaríamos falando de um PC por digamos R$ 6000,00, R$ 8000,00 ou mesmo muito mais. Porém, um notebook com configuração similar sairia muito mais caro. E, sobretudo hoje, o dinheiro fala muito. Claro que se você necessita transportar seu computador de um lado para outro, notebooks e família são imprescindíveis. Porém, caso não haja este impeditivo ou mesmo se há necessidade ou possibilidade de uma máquina fixa em sua residência, novamente o PC parece ser muito convidativo.

 

Mesmo quando se fala em tecnologia, notemos que, no amanhecer de 2017, temos a 7a geração da Intel ('Kaby Lake') ,  a próxima geração (10 Nm, arquitetura 'Canonlake') , a arquitetura codenome 'Zen' que a AMD está liberando, bem como a constante briga das placas GPU da AMD e NVIDIA. E, acreditem, elas não estariam efetuando tais investimentos se realmente não esperassem lucro. Isto, por si só, pode ser um sinalizador. Estas empresas costumam ter uma visão de médio e longo prazo bem definida. É essencial para a sobrevivência das mesmas.  E a oferta de third-parties (fabricantes de insumos como fontes, gabinetes, memórias, storage) também nunca foi tão grande. Novamente, o movimento da maré pode nos indicar muita coisa.

 

Mas então, como ficam as vendas de smartfones, tablets, Ipads? Bem, passado o 'hype' dos anos próximos dos lançamentos temos duas situações : o declínio das vendas destas tecnologias, à exceção dos Smartfones. Estes, sim, não parecem ter um fim definido. Continuam com sua venda cada dia maior e com cada vez maior tecnologia.

 

Mas, com tudo que comentamos, o que podemos vislumbrar para um futuro próximo? Bem, a maré indica que os PCs estão se recuperando em vendas. Se você não necessita de uma mobilidade de máquinas, um PC, hoje, é de custo x benefício a ser considerado. Se você é Gamer, não há o que escolher, a não ser que seja realmente capaz de desembolsar R$ 15.000,00, R$ 20.000,00 a mais por um Notebook turbinado. Mesmo assim, a aposta neste segmento pode ser dúbia. Máquinas básicas atendem o público básico que necessita de escrita de textos, estudos, Internet, de sobra. O custo de conserto de um Desktop é, de longe, muito mais barato que o de um notebook, por exemplo.  Este que vos fala tem, obviamente, um Notebook para levar para usar em trabalho ou acesso a lugares em viagens e serviços em clientes. É fundamental. Mas, em casa, tenho um I7, sexta geração, placa de vídeo média. Atende trabalho e, claro, jogos. Além de não não travar, em seus 32 GB de RAM disponíveis. 2,5 Terabytes em armazenagem, drive de bluray. Quanto não sairia esta configuração em um notebook?

 

A maioria das empresas necessita de computadores básicos. Muitas investiram pesado em notebooks e laptops. Algumas, obviamente, por necessidade absoluta. O próprio Home Office obriga esta necessidade. Mas na grande maioria das empresas, o bom e velho PC pode atender, com sobra. Com sobra de poder de processamento e, mais importante ainda, sobra de dinheiro.  Pense nisso. Não é vergonha voltar seu pensamento. Vergonha é errar e continuar errando, sabendo do erro.  Não faça parte dos gestores que não aceitam errar. Errar é aprender. E aprender é crescer e economizar. E muitos gestores que não aceitaram que erraram provavelmente não estão mais no cargo. Ou, mais cedo ou mais tarde, terão que aprender.                (11/16)